segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Distrito 9 (District 9)


Já tem tempo que não assisto um bom Sci-fi. Depois de tantos elogios da crítica e do público sobre Distrito 9 (2009), decidi conferir a estréia em longa do diretor sul-africano Neill Blomkamp. Com toda a expectativa, confesso que esperava uma obra prima. Não que o fime decepcione, muito pelo contrário. Talvez a mudança na filmagem de um estilo documental para um modelo convencional tenha atrapalhado um pouco na apreciação da obra. Mas não deixa de ser um grande filme. Nem parece que o longa é de um estreante que obteve apenas 30 milhôes de dólares para a realização da obra, tamanha a eficiência dos efeitos especiais (Com uma ajudinha de Peter Jackson na produção). No entanto , o filme é muito mais que isso. A analogia com o apartheid é escancarada no roteiro bem elaborado, que mostra também uma face bem suja da raça humana.

Em Joanesburgo na África do Sul, uma nave com problemas técnicos paira sobre um local que futuramente seria conhecido como O Distrito 9. Nessa área, os alienígenas ficariam obrigatoriamente confinados até uma resolução do governo. Com o decorrer dos anos, as péssimas condições do local e os maus tratos com os aliens (chamados pelos humanos de camarões) ,vão tornando a situação daquela região cada vez mais caótica.

Wicus Van De Merwe (Sharlto Copley), um burocrata funcionário do governo que recebe a missão de despejar aqueles milhões de seres e enviá-los para uma área ainda pior, é o personagem que sofre uma mudança radical após um acidente com uma misteriosa substância. Essa transformação é um dos pontos altos do filme,mostrando ao protagonista o outro lado da moeda. Em alguns momentos me lembrei de Tropas Estelares, principalmente nas cenas de ação. Também achei os aliens parecidos com a transformação sofrida pelo personagem de Jeff Goldblum no final de A Mosca.

É bem provável que realizem em breve uma continuação, principalmente após tanta badalação em torno do filme que na minha opinião, é o grande representante do gênero ficção científica do ano. Nota 7

2 comentários:

  1. A verba foi pouca para um filme deste tipo, mas foi usada com muita sabedoria. O visual "cru" é coerente com a idéia realista e os efeitos especiais são impressionantes. Mas o filme não traz nada de tão original ou revolucionário, faz uma salada de tudo que já se viu por aí, mas entretém bastante.
    Embora seja mesmo bem divertido e interessante, o filme pode decepcionar alguns devido a uma divulgação errada. As referências aos temas de racismo, Apartheid, etc, são tão explícitas que acabam simplórias, embora forneçam um bom conteúdo. O tom "documental" parecia indicar um filme completamente "sério", mas esse mesmo estilo mostra-se indeciso, pois o filme começa desta maneira para depois não se decidir se continua assim ou não. Mas o longa é mesmo um filme-pipoca, esta trama central bastante provocativa e complexa vai aos poucos dando lugar para todos os elementos típicos do cinema de ação: explosões, perseguições, personagens maniqueístas e clichês do gênero. Em compensação, traz relações humanos/alienígenas pouco mostradas no cinema.
    Portanto, tendo em mente que "Distrito 9" é uma ficção de ação (com algum conteúdo)o filme funciona muito bem. Ainda que tenha algumas forçadas de barra no roteiro, há tempos que não tínhamos um filme deste tipo que ao menos fosse interessante como este.

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  2. Essa relação entre os aliens e os humanos é um ponto à favor do filme Ricardo. Não me lembro de outro filme com algo parecido.

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